Um relato sobre as Aulas de Cálculo e a Inteligência Artificial2 min read·Just now--Depois que voltei a estudar, algo que parecia banal me chamou atenção: sempre que chego à aula, no período noturno, as mesas estão sempre cobertas de raspas de borracha. Um detalhe incomoda meus amigos do curso, que sempre chegam reclamando pela sujeira, mas que ganhou um significado para mim… um sinal de que os erros, as correções e as novas tentativas acontecem no papel, e não em sistemas inteligentes que auto corrigem nossos erros.Minha aula é uma retomada ao cálculo, voltada a criar uma base forte para os algoritmos de IA. E é justamente nesse ambiente, rodeado por folhas e folhas de exercícios, resultados riscados e marcas de borracha, que entendo a diferença.Há um valor nisso que os computadores não entregam: o de viver o cálculo como um exercício físico e mental. Escrever à mão dá clareza. Nos permite ver o erro se formando, e ao mesmo tempo, onde está o desvio. A tecnologia, acelera sim… mas sem o detalhamento necessário estes caminhos acelerados podem ser ilusórios. É como colocar um motor potente num carro sem entender qual direção será tomada. Acho muito bonito escutar empresas falarem sobre experimentação aberta, mas a disrupção é acidente bom, aleatório e não planejado.Mas voltar ao caderno, ao lápis e ao esforço repetido foi mais do que estudar cálculo. Foi lembrar que, por trás da tão falada IA, existe a inteligência natural. E essa, se constroi devagar, no lápis e na borracha.